segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Andrea del Sarto

Suposto auto-retrato de del Sarto

Andrea del Sarto, (Andrea d'Agnolo di Francesco di Luca di Paolo del Migliore, (1486 - 1531) foi um pintor italiano de Florença, cuja carreira floresceu durante a Alta Renascença e o Maneirismo. Embora considerado por seus contemporâneos como um artista senza errori (sem erros, perfeito), ele frequentemente é ofuscado por talentos como Rafael.

Biografia:
Andrea nasceu em Gualfonda, perto de Florença, em 1486 ou 1487. Era um dos quatro filhos de Agnolo, um costureiro (sarto). Em 1494, Andrea já tinha sido aprendiz de um ourives, de um carpinteiro e de um artista sem talento chamado Gian Barile, com quem permaneceu até 1498. De acordo com Vasari, ele começou a trabalhar com Piero di Cosimo e, mais tarde, com Raffaellino del Garbo. Andrea e um velho amigo, Franciabigio, decidiram abrir um ateliê na Piazza del Grano. Sua primeira parceria foi O Batismo de Cristo para a Compagnia dello Scalzo, em Florença.
De 1509 a 1514, a Ordem das Servitas contratou Sarto, Franciabigio e Andrea Feltrini para a execução de um afresco na Basilica della Santissima Annunziata, em Florença. Sarto completou três afrescos no pórtico do convento, ilustrando A Vida de Filippo Benizzi, um santo que tinha morrido em 1285. Mais tarde, executou outros afrescos no mesmo local, incluindo uma de suas obras mais famosas, O Nascimento da Virgem, que funde as influências de Leonardo da Vinci, Ghirlandaio e Fra Bartolomeo.
Antes do final de 1516, uma Pietà sua, e logo após uma Madonna, foram enviadas para a corte francesa. Sarto foi então convidado para trabalhar na corte de Francisco I de França, em 1518. Ele partiu para Paris em junho do mesmo ano com seu aluno, Andrea Squarzzella, deixando sua esposa em Florença. Em 1520, recomeçou a trabalhar em Florença. Teve de deixar a cidade por alguns e ir para Mugello para fugir da peste bubônica. Voltou para Florença e lá morreu de pestilência em 1531 aos 34 anos.


Obras:
A Madonna delle arpie é a pintura mais conhecida de Andrea del Sarto. É um representação da Virgem, flanqueada por anjos e dois santos (Francisco e São João). O altra está hoje em um lugar privilegiado na Galeria Uffizi. A estabilidade piramidal da composição faz com que a estrutura da pintura seja sólida e se destaque em uma época em que se produziram tantas Madonnas. Várias de suas pinturas são considerados auto-retratos seus. Eles estão hoje dispostos na Galeria Nacional de Londres, no Castelo de Alnwick, na Galeria Uffizi e no Palácio Pitti.



Madonna delle arpie, a maior obra de del Sarto.



A Última Ceia (Cenacolo) Afresco, 525 x 871 cm
Convento de San Salvi, Florença

Originalmente no refeitório do Convento de San Salvi, a Santa Ceia (Cenacolo) data do Século 16, tendo sido executada por Andrea del Sarto entre 1511 e 1527. Com a supressão das ordens religiosas, no Século 19, as obras tornaram-se propriedade do Estado e o que era removível foi transferido a um depósito.

Ainda assim, o interior do convento conservou a aparência majestosa do Século 16, com a velha cozinha do refeitório, o banheiro, a lareira e outras peças projetadas pelo escultor e arquiteto Benedetto da Rovezzano. São também de Rovezzano os fragmentos de mármore do monumento funerário de San Giovanni Gualberto, fundador da Ordem Valombrosiana.

É no refeitório que se acha o destacado afresco feito por Andrea del Sarto, descrevendo a Última Ceia, considerada a obra prima do pintor, cuja peça principal estava concluída por volta de 1520. O Cenacolo também inclui uma coleção de painéis da escola florentina, muitos deles retirados de igrejas e mosteiros desativados. De Andrea del Sarto são ainda A Anunciação, Pietá e Noli me tangere.

De artistas contemporâneos, alguns deles discípulos de Andrea, são Madona com menino (Giuliano Bugiardini); São Zenóbio ressucitando uma criança e Traslado do corpo de São Zenóbio (Ridolfo del Ghirlandaio); A Adoração dos Pastores e Conversa Sagrada (Fraciabigio); Madona com menino e o jovem São João (Pontormo).


Andrea teve vários aprendizes famosos: Giorgio Vasari (apresentado por Michelângelo), Jacopo Pontormo, Francesco Salviati e Jacopino del Conte.
Além dos locais já mencionados, pode-se encontrar obras de del Sarto no Louvre e no Palácio Belvedere, em Viena.

Grupo: Bárbara Freiras, Carolina Ferreira Dias, Gabriela Gonçalves, Luisa Matos e Rafaela Leal.
1º ano C - Vila Velha

Rafael Sanzio


Rafael Sanzio também conhecido como Raffaello Sanzio, nascido em 6 de abril de 1483 em Urbino e falecido em 6 de abril de 1520

Biografia

Rafael era filho de Giovanni Santi, poeta e também pintor para corte de Mantua. Quando o nascimento de Rafael, ele dirigia um estúdio famoso em Urbino. Giovanni ensinou seu filho a pintar e o introduziu à corte humanista de Urbino, que, ao final do século XV, havia se tornado um dos mais ativos centros culturais da Itália, sob a regencia de Frederico da Montefeltro, falecido 7 meses antes do nascimento de Rafael. Lá Rafael pode conhecer os trabalhos de Paolo Uccello, Luca Signorelli e Melozzo de Forli. Precoce aos dezessete anos (em 1500) Rafael já era considerado um mestre.


De acordo com Giorgio Vasari, Rafael foi levado pelo pai aos onze anos para ser aprendiz de Pietro Perugino, em Perúgia, mas esta informação é discutida por algumas autoridades no assunto. É de consenso geral que Rafael estava na Úmbria a partir de 1492, ano de falecimento de seu pai.







Trabalhos



Ressurreição de Cristo, c. 1499/1502 (Museu de Arte de São Paulo, SP)


O primeiro trabalho registrado de Rafael foi um altar para a Igreja San Nicola da Tolentino, na cidade de Castello, em Perúgia e Urbino. A peça foi encomendada em 1500 e terminada um ano depois.


Foi muito danificada por um terremoto em 1789, restando atualmente somente alguns fragmentos na Pinacoteca Tosio Martenigo, na Brescia.


Outra peça importante de seus primeiros anos foi o altar de Oddi para capela de mesmo nome na Igreja de São Francisco, de Perúsia. Rafael provavelmente como membro de da oficina de Pietro Perugino. Logo depois Rafael concluiu tres pequenos quadros: Visão de um Cavaleiro, As Tres Graças e São Miguel. Neles já se expunha o seu estilo amadurecido e o frescor que lhe acompanharia a vida toda.





As Tres Graças, c. 1503/4 (museu Condé, Chantilly)



Ainda em 1504, Rafael se mudou para Siena com o pintor Pintoricchio, a quem ele tinha oferecido desenhos para os afrescos da Libreria Picolomini. De lá foi para Florença atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados,no Palazzo della Signoria, por Leonardo Da Vinci e Michelangelo. Viveu na cidade nos quatro anos seguintes, viajando a outras cidades ocasionalmente. Em 1507 uma nobre da Perugia lhe encomendou uma notável deposição de Cristo, hoje exposta na Galleria Borghese, em Roma.


Em Florença Rafael tornou-se amigo de varios pintores locais, destacando-se Fra Bartolomeo, um porponente do Idealismo Renascentista. A influencia de Fra Bartolomeo o levou a abandonar o estilo suave e gracioso de Perugino e abraçar a grandiosidade e formas mais poderosas. Entretanto, a maior influencia sobre a obra de Rafael durante seu periodo florentino veio de Leonardo Da Vinci e suas composições, figuras e gestuais, bem com suas técnicas inovadoras, com o chiaroscuro e o sfumato.


Na segunda metade de 1508, o papa Júlio II, encorajado por Donato Bramante, amigo de Rafael e arquiteto do Vaticano, contratou os serviços do pintor. Aos 25 anos, Rafael ainda estava forjando seu estilo. Contudo logo conquistou a fama e os favores do papa. Ele começou a ser chamado de o Príncipe dos Pintores. Nos 12 anos seguintes, Rafael nunca deixou Roma que passou a ser uma segunda nação. Trabalhou principalmente para Júlio II e seu sucessor, Leão X (filho de Lorenzo de Medici). Ao final do ano de 1508, ele começou a decoração dos apartamentos de Júlio no Vaticano, os quais, na visão do papa, eram destinados a glorificar ao poder da Igreja Romana através da justificação do Humanismo e Neoplatonismo. Uma série de obras-primas como a Disputa ou (Discussão do Santíssimo Sacramento) e a Escola de Atenas, pintados na Stanza della Signatura, o tornou o artista mais procurado da cidade.


Rafael continuou os trabalhos nos quartos até 1513, sob o governo de Leão X, mas deixou as ultimas sessões quase que inteiramente sob cuidado de seus pupilos. Nesse meio tempo ele realizou outras tarefas como decorações sacras e seculares para vários prédios, retratos, altares, desenhos para tapeçarias, design para pratos e até trabalhos cenográficos.


Alguns de seus trabalhos mais famosos desse período nasceu da amizade com que mantinha com um rico banqueiro de Siena, Agostino Chigi, que lhe encomendou o belissimo afresco da Galeteia para sua Villa Farnesina e as Sibilas na Igreja de Santa Maria de la Pece, junto com o projeto e a decoração da capela de Chigi, na Igreja de Santa Maria del Popolo, em 1513.



Patricia Endringer, Victória Mariani, Ronaldo Louzada e Guilherme Trigo


1C VV-ES

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Donatello

Grupo:
Juana Caliman
Monique Fernanda
Mariana Menini

Nome completo: Donato di Niccola di Betto Bardi

Data de Nascimento: 1386, Florença.
Data de Morte: 13 de Dezembro de 1466, Florença.

Principais obras:

* São Marcos - Florença
* Tabernáculo de São Jorge - Museu Nacional do Bargello, Florença
* Profetas - Duomo, Florença
* O Banquete de Herodes - Pia batismal da catedral de Siena
* Davi - Museu Nacional do Bargello, Florença
* Gattamelata - Pádua
* Maria Madalena - Duomo, Florença
* Judite e Holofernes - Palazzo Vecchio, Florença


Biografia:

Escultor italiano, Donato di Niccola di Betto Bardi, mais conhecido apenas por Donatello, é considerado um dos maiores escultores de sempre e o fundador da escultura moderna. Nascido em Florença no ano de 1386, era filho de Niccolo di Betto Bardi, um tecelão de lã. Foi educado primeiro na casa de Roberto Martelli, e de 1402 a 1404 esteve em Roma com Brunelleschi estudando os clássicos. De 1404 a 1407, torna-se assistente do escultor Lorenzo Ghiberti durante a construção das portas de bronze do Batistério San Giovanni, em Florença. Em 1411, começa a fazer para a Capela de Or San Michele, a estátua de São Marcos e, entre 1415 e 1416, a de São Jorge. Nelas, observa-se a mobilidade do corpo humano pela primeira vez desde a Antiguidade Clássica. Entre 1409 e 1411, esculpiu o "São João Evangelista", para ser colocado ao lado do portal central do Duomo, apoiada em estudos anatômicos, que viriam a ser um importante modelo de Moisés de Michelangelo.

Por volta de 1423, executa um de seus primeiros trabalhos em bronze, São Luís de Toulouse. Entre 1425 e 1435, desenvolve projetos com o arquiteto e escultor Michelozzo.

Por volta de 1430 a 1432, realizou a obra em bronze de David, primeira estátua nua do Renascimento, que viria a se tornar uma de suas principais obras.

Assim, Donatello continuou realizando suas obras, até retornar a Florença em 1453. Em sua fase final, rompe com a influência clássica, criando esculturas de estilo realista, das quais destacam-se Madalena (cerca de 1455), obra que nega a beleza física, privilegiando a expressão, o corpo e a dor que transparece do rosto, representando os sentimentos mais profundos da alma humana, e Judite e Holofernes (1457-1460), obra que foi inicialmente realizada para a catedral de Siena, mas acabou no jardim do palácio Médici na Via Larga. A obra está assinada Optus Donatelli flo e está carregada de valores simbólicos, como a castidade que abate a luxúria, e a república que abate a tirania.

Após concluir um "São João Batista" para o Duomo, teve sua última encomenda: dois púlpitos de bronze para a igreja de São Lourenço, projetada por ele mas executada com a participação de outros. O "Púlpito da Ressureição", com episódios da vida de Cristo unidos por relevos e o "Púlpito da Paixão" com cenas unidas por motivos decorativos.

A maior parte dos escultores florentinos do século XV basearam os seus trabalhos na arte de Donatello, utilizando como ele, o baixo-relevo e partilhando o interesse pelo estudo da anatomia como meio de exprimir emoção e criar um movimento dramático.


Bibliografia:

http://www.suapesquisa.com/biografias/donatello.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Donatello
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_1387.html
http://www.infopedia.pt/$donatello

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Grupo:
Raissa Chiabay
Guilherme Caldas
Lucas Borges


Giovanni Domenico Campanella

Data de Nascimento: 5 de Setembro de 1568
Data de Morte: 21 de Maio de 1639
Obras:
Disputationum in quator partes suae philosophia reales libri quator;
Epilogo magno;
Theologicorum libri XXX;
Civitas solis - A Cidade do Sol, sua obra mais conhecida no Brasil e também em Portugal; entre outras.


Biografia: Giovanni Domenico Campanella foi um filósofo renascentista italiano, poeta e teólogo dominicano. Ingressou na Ordem dos Pregadores, quando ainda novo, e dedicou-se aos estudos de filosofia. Porém, em 1599 foi preso por ordem do governo espanhol acusado de heresia e conspiração. Ele nunca confessou nenhuma das acusações, mas ficou preso na prisão de Nápoles durante 27 anos. Solto no ano de 1626, foi novamente preso e levado diante do Santo Ofício em Roma, onde enfrentou julgamento por certas características em seu trabalho que eram consideradas suspeitas. Recuperando a liberdade, esteve um tempo no mosteiro dominicano de Minerva, em Roma. Em 1634, temendo perseguições por suspeitas de que poderia estar envolvido em uma nova conspiração, seguiu o conselho do papa Urbano VIII e fugiu para a França, onde foi recebido por Luís XIII e pelo Cardeal Richelieu. Assim, em Paris no ano de 1637, Campanella faleceu.

Campanella deixou uma obra vasta que abrange vários tópicos: gramática, retórica, filosofia, teologia, política, medicina etc. Segundo Campanella, as ciências tratam das coisas como elas são cabendo à filosofia (e especialmente à metafísica) explicar as coisas em seu sentido mais profundo.


Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tommaso_Campanella

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Grupo:Carolina Machado, Nina, Ana Fregapani, Vitor Horta e Marina Rezende.

Leonardo da Vinci, artista renascentista italiano, nasceu em 15/04/1452. Existem algumas dúvidas sobre a cidade de seu nascimento: para alguns historiadores, seu berço foi em Anchiano, enquanto para outros, foi numa cidade, situada na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre as cidades italianas de Florença e Pisa.
Foi um dos mais importantes pintores do Renascimento Cultural. É considerado um gênio, pois mostrou-se um excelente anatomista, engenheiro, matemático músico, naturalista, arquiteto, inventor e escultor. Seus trabalhos e projetos científicos quase sempre ficaram escondidos em livros de anotações (muitos escritos em códigos), e foi como artista que conseguiu o reconhecimento e o prestígio das pessoas de sua época.
Leonardo da Vinci fez estágio no estúdio de Verrochio (importante artista da época), na cidade de Florença. Viveu uma época em Milão, onde trabalhou para a corte de Ludovico Sforza. Até 1506, realizou trabalhos principalmente em Florença e tudo indica que nesta época tenha pintado sua obra mais famosa: a bela e enigmática Gioconda. Trabalho para o rei Francisco I da França, onde realizou belos trabalhos. Faleceu na França no ano de 1519.
Principais características das pinturas de Da Vinci: utilização da técnica artística da perspectiva, uso de cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas religiosos, uso da matemática em cálculos artísticos, imagens principais centralizadas, paisagens de fundo, figuras humanas com com expressões de sentimento, detalhismo artístico.

Principais trabalhos de Da Vinci:

Trabalhos de pinturas (artes plásticas): Gioconda (Mona Lisa) , Leda, Dama do Arminho, Madonna Litta, Anunciação, A Última Ceia, Ginevra de Benci, São Jerônimo, Adoração dos Magos, Madona das Rochas, Retrato de Músico, São João Batista, Madona do Fuso, Leda e o Cisne

Trabalhos de invenções: máquina voadora, máquina escavadora, isqueiro, paraquedas, besta gigante sobre rodas, máquina a vapor, submarino.

Trabalhos Científicos: homem vitruviano, anatomia do tronco, estudo de pé e perna, anatomia do olho, estudo da gravidez, estudos e embriões.
Projetos de Arquitetura: Projeto arquitetônico de uma cidade, projeto de um porto, templo centralizado.

Bibliografia:

http://www.suapesquisa.com
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci

domingo, 15 de agosto de 2010

Michelangelo Buonarroti



GRUPO:
Alana Frasson
Carolina Oliveira
Gabriela Cerqueira
Rayane dos Santos



O nascimento de um gênio


Michelangelo nasceu a 6 de março de 1475, em Caprese, província florentina. Seu pai Ludovico di Lionardo Buonarroti Simoni era um homem violento, "temente de Deus", sua mãe, Francesca morreu quando Michelangelo tinha seis anos. Eram 5 irmãos.
Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido era cortador de mármore na aldeia de Settignano. Mais tarde, brincando, Michelangelo atribuirá a este fato sua vocação de escultor. Brincadeira ou não, o certo é que na escola enchia os cadernos de exercícios com desenhos, totalmente desinteressados das lições sobre outras matérias. Por isso, mais de uma vez foi espancado pelo pai e pelos irmãs de seu pai, a quem parecia vergonhuso ter um artista na familia, justamente uma familia de velha e aristocrática linhagem florentina, mencionada nas crônicas locais desde o século XII. E o orgulho familiar jamais abandonará Michelangelo. Ele preferirá a qualquer titulo, mesmo o mais honroso, a simplicidade altiva de seu nome: "Não sou o escultor Michelangelo. Sou Michelangelo Buonarroti".
Aos 13 anos, sua obstinação vence a do pai: ingressa, como aprendiz, no estúdio de Domenico Ghirlandaio, já então considerado mestre da pintura de Florença. Mas o aprendizado é breve - cerca de um ano -, pois Michelangelo irrita-se com o ritmo do ensino, que lhe parece moroso, e além disso considera a pintura uma arte limitada: o que busca é uma expressão mais ampla e monumental. Diz-se também que o motivo da saida do juvem foi outro: seus primeiros trabalhos revelaram-se tão bons que o professor, enciumado, preferiu afastar o aluno. Entretanto, nenhuma prova confirma essa versão.

Deixando Ghirlandaio, Michelangelo entra para a escola de escultura que o mecenas Lourenço, o Magnífico, riquíssimo banqueiro e protetor das artes em Florença, mantinha nos jardins de São Marcos. Lourenço interessa-se pelo novo estudante: aloja-o no palácio, faz com que sente à mesa de seus filhos. Michelangelo está em pleno ambiente físico e cultural do Renascimento italiano. A atmosfera, poética e erudita, evoca a magnificência da Grécia antiga, seu ideal de beleza - baseado no equilíbrio das formas -, sua concepção de mundo - a filosofia de Platão, Michelangelo adere plenamente a esse mundo. Ao produzir O Combate dos Centauros, baixo-relevo de tema mitológico, sente-se não um artista italiano inspirado nos padrões clássicos helênicos, mas um escultor grego da verdade. Em seu primeiro trabalho na pedra, com seus frisos de adolescentes atléticos e distantes, reinam a força e a beleza impassíveis, como divindades do Olimpo.

Na Igreja del Carmine, Michelangelo copia os afrescos de Masaccio. Nos jardins de Lourenço, participa de requintadas conversas sobre filosofia e estética. Mas seu temperamento irônico, sua impaciência com a mediocridade e com a lentidão dos colegas, lhe valem o primeiro - e irreparável - choque com a hostilidade tios invejosos. Ao ridicularizar o trabalho de um companheiro, Torrigiano dei Torrigiani - vaidoso e agressivo -, este desfechou-lhe um golpe tão violento no rosto que lhe achatou para sempre o nariz. Mancha que nunca mais se apagará da sua sensibilidade e da sua retina, a pequena deformação lhe parecerá daí por diante um estigma - o de um mundo que o escorraça por não aceitar a grandeza do seu gênio - e também uma mutilação ainda mais dolorosa para quem, como ele, era um sofisticado esteta, que considerava a beleza do corpo uma legítima encarnação divina na forma passageira do ser humano.

Em 1490, Michelangelo tem 15 anos. É o ano em que o monge Savonarola começa a inflamada pregação mística que o levará ao governo de Florença. O anúncio de que a ira Deus em breve desceria sobre a cidade atemoriza o jovem artista: sonhos e terrores apocalípticos povoam suas noites. Lourenço, o Magnífico, morre em 1492. Michelangelo deixa o palácio. A revolução estoura em 1494. Michelangelo, um mês antes, fugira para Veneza.

Longe do caos em que se convertera a aristocrática cidade dos Medicis, Michelangelo se acalma. Passa o inverno em Bolonha, esquece Savonarola e suas profecias, redescobre a beleza do mundo. Lê Petrarca, Boccaccio e Dante. Na primavera do ano seguinte, passa novamente por Florença. Esculpe o Cupido Adormecido - obra "pagã" num ambiente tomado de fervor religioso - vai a Roma, onde esculpe Baco Bêbedo, Adônis Morrendo. Enquanto isso, em Florença, Savonarola faz queimar livros e quadros - " as vaidades e os anátemas".
Logo, porém, a situação se inverte. Os partidários do monge começam a ser perseguidos. Entre eles, está um irmão de Michelangelo, Leonardo - que também se fizera monge durante as prédicas de Savonarola. Michelangelo não volta. Em 1498, Savonarola é queimado. Michelangelo se cala. Nenhuma de suas cartas faz menção a esses fatos. Mas esculpe a Pietà, onde uma melancolia indescritível envolve as figuras belas e clássicas. A tristeza instalara-se em Michelangelo. Na primavera de 1501, veio por fim a Florença. Nesse mesmo ano, surgirá de suas mãos a primeira obra madura.

Os últimos anos do mestre ainda foram fecundos, embora numa atividade diferente: a arquitetura. Dedicou-se ao projeto de São Pedro, tarefa que lhe custou exaustivos esforços devido às intrigas que lhe tramaram seus acirrados inimigos. Projetou também o Capitólio - onde se reúne o Senado italiano - e a Igreja de São João dos Florentinos (cujos planos se perderam).

Ainda encontra energias para esculpir. Renegando cada vez mais o mundo, Michelangelo busca uma união mística com o Cristo. Sua criação, como a de Botticelli no final da vida, é toda voltada para as cenas da Paixão. De pé, aos 88 anos de idade, ele elabora penosa e amorosamente uma Pietà, até que a doença o acorrente em definitivo ao leito, onde - com absoluta lucidez - dita um testamento comovente, pedindo "regressar pelo menos já morto" à sua adorada e inesquecível Florença, doando sua alma a Deus e seu corpo à terra. O seu gênio, ele já o tinha legado à humanidade.


PRINCIPAIS OBRAS

1. Afrescos da Capela Sistina (1508-12) - O mais grandioso dos trabalhos de Michelangelo, com episódios do Velho Testamento e o Juízo Final.

2. A Pietà (1499-1500) - Feita em mármore, é uma escultura belíssima e extremamente expressiva. O artista foi criticado por apresentar uma Virgem jovem demais.

3. Davi (1501-04) - Considerada sua obra-prima. Escultura de um Davi esbelto, atlético e de postura graciosa.

4. Moisés (1513-16) - Escultura em mármore. Figura central do túmulo do papa Júlio II. Na cabeça do profeta, podem-se ver dois pequenos chifres.

5. Tondo Doni (1504-06) - Pintura em tela, em formato circular, comum quando se representava a Sagrada Família.

6. Auto-retrato (pintura) - Auto-retrato de Michelangelo, já velho. Expressão melancólica e sombria.

CURIOSIDADES

Michelangelo poeta
O artista deixou cerca de 300 poemas, escritos entre 1501 e 1560. Alguns deles contêm uma carga homoerótica bastante forte, evidenciando o possível homossexualismo do artista.

Relação neurótica
Michelangelo teria sido agredido a golpes de bengala pelo vaidoso papa Júlio II, quando trabalhava na pintura da Capela Sistina. O motivo: o trabalho demorava demais para ficar pronto.

Bibliografia

http://www.historianet.com.br/

http://www.pintoresfamosos.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo


sábado, 14 de agosto de 2010

Sandro Botticelli


Grupo - Bruna Pylro, Clorivaldo Belém,
Heitor Ofrante e Luana Machado.
1º C - UP V.V

Sandro Botticelli


Alessandro di Mariano Filipepi, conhecido como Sandro Botticelli, nasceu em Florença em 1445. Pouco se sabe dos primeiros anos de sua vida. Por volta de 1465 entrou para o ateliê de Filippo Lippi, cujo estilo elegante marcou claramente suas primeiras obras. Mais tarde trabalhou como ajudante de Andrea Verrocchio e conheceu Piero Pollaiuolo, criadores que o influenciaram.


Juventude

Aos 25 anos, Botticelli já possuía ateliê próprio. Entre as primeiras peças ali produzidas destacam-se a alegoria de "A fortaleza" e o "São Sebastião", que refletia a mestria de Pollaiuolo na anatomia e no movimento da figura. Por volta de 1477 pintou uma de suas obras mais conhecidas, "A primavera", em que apresentou Vênus, diante de uma paisagem arborizada, em companhia das Três Graças, Mercúrio e Flora, entre outras personagens mitológicas. O quadro era uma alegoria do reino de Vênus e a deusa representava a humanitas, isto é, a cultura florentina da época.
Em 1481 Botticelli foi chamado a Roma pelo papa Sisto IV para trabalhar, junto com Ghirlandaio, Luca Signorelli, Cosimo Rosselli e Perugino, na decoração da capela Sistina, onde realizou "A tentação de Cristo" e dois episódios da vida de Moisés, obras que lhe deram fama. De regresso a Florença, trabalhou principalmente para a família Medici e participou ativamente do círculo neoplatônico impulsionado por Lourenço o Magnífico, cuja vila de Volterra decorou, em colaboração com Filippino Lippi -- filho de seu antigo mestre -- Perugino e Ghirlandaio.
Nesses anos realizou suas obras mais célebres, de caráter profano e mitológico, como "Marte e Vênus", "Palas e o centauro", "O nascimento de Vênus", relacionadas com o neoplatonismo do filósofo Marsilio Ficino.
Na última delas, executada por volta de 1485, pintou Vênus sobre uma concha, emergindo da espuma do mar, para simbolizar o nascimento da beleza através do nu feminino. O desenho, delicado e rítmico, e o refinado emprego da cor, característicos de Botticelli, alcançaram aí perfeita expressão.
Entre os quadros religiosos que realizou nessa época destacou-se a "Virgem do Magnificat", circular, em que os ideais de beleza apareciam plasmados no rosto da Virgem.
No princípio da década de 1490, a obra de Botticelli viu-se afetada pelo dominicano Girolamo Savonarola, influente em Florença entre 1491 e 1498, após a morte de Lourenço o Magnífico. Desaparece a temática mitológica, substituída por outra, devota e atormentada, cujos melhores exemplos foram a "Pietà" de Munique e "A calúnia de Apeles", baseada nas descrições de um quadro do grego Apeles.
Botticelli morreu em Florença em 17 de maio de 1510, quando triunfava na Itália a estética do alto Renascimento, a que suas últimas obras não foram alheias, pois várias delas mostram um alargamento de escala e uma imponência típicos da nova fase.

Principais obras:
- O Castigo dos Rebeldes
- As Provações de Moisés
- A Tentação de Cristo
- A Coroação da Virgem
- O Inferno de Dante
- A Primavera
- O Nascimento de Vênus
- A Adoração dos Magos

Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sandro_Botticelli
http://www.pitoresco.com.br/universal/botticelli/botic.htm

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Giotto di Bondone



Grupo: Brenda Passon, Camila Amaral, Caroline Silva, Giuliana Barbosa, Júlia Nali e Letícia Vieira
1° ano C – Vila Velha


Giotto di Bondone
Nascido em Colle Vespignano, na Itália, no ano de 1267 (data incerta), Giotto di Bondone foi um pintor e arquiteto, precursor da pintura renascentista. Ele é considerado o elo entre o renascimento e a pintura medieval e bizantina. Morreu em Florença, em 8 de janeiro de 1337.

Biografia
Giotto di Bondone foi um pintor do Trecento, uma época do renascimento que durou o século XIV.
Bondone, pai de Giotto, era um pastor de ovelhas e desejava que seu filho seguisse sua profissão, porém aos oito anos, o famoso pintor Cinni di Pepo, mais conhecido como Cimabue, encontrou Giotto di Bondone pintando com um pedaço de carvão uma ovelha e pediu a seu pai para que o levasse como aprendiz. Começou então a carreira de Giotto, que por várias vezes trabalhou com Cimabue na pintura de afrescos de diversas Igrejas italianas, incluindo a Basílica de São Francisco de Assis, embora a autoria de muitas de suas obras seja contestada.
A característica principal do seu trabalho é a utilização da imagem humana para representar os santos. Esses santos com ar humanizado eram o destaque de suas pinturas. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, representando os ideais principais do renascimento, sendo, portanto, considerado um dos precursores do mesmo. A originalidade de suas obras impressionou muitos personagens históricos. O nome verdadeiro de Giotto não é conhecido, porém sabe-se que Giotto foi também o precursor da pintura tridimensional, uma vez que buscava passar às pinturas que fazia a impressão de sombreamento e profundidade, que só podem ser obtidas em esculturas, outra vertente da arte explorada por Giotto.
Seu trabalho mais importante foi o da Capella degli Strovegni, onde realizou muitas pinturas, inclusive as que o consagrou como o maior expoente da pintura renascentista, principalmente por ter sido o primeiro pintor do renascimento no local considerado o berço do mesmo, a Itália. Sua principal pintura é A Lamentação, porém na Capella se encontram muitas de suas obras mais importantes, como O encontro de São Joaquim e Sant’Ana, obra considerada o auge de sua maturidade artística. Giotto morreu em 8 de janeiro de 1337 e seu corpo foi enterrado na Igreja de Santa Reparata, em Florença, na Itália, como foi descoberto durante uma escavação na área, o que havia sido relatado pelo historiador responsável pelo relato de sua história. Um exame forense parece ter confirmado que a ossada era mesmo de Giotto. Os ossos eram de um homem baixo, que poderia ter sofrido de uma forma de nanismo. Isso apóia uma tradição da Igreja da Santa Cruz de que um anão que aparece em um dos afrescos é um auto-retrato de Giotto.
A importância de Giotto era tão grande, que outros expoentes do renascimento o tinham como referência, tanto que o anteriormente citado Dante Alighieri utilizou-se da figura de Giotto em sua principal obra A Divina Comédia, sendo citado no Purgatório como o pintor que superou o grande mestre Cimabue.

Obras
* Basílica de São Francisco de Assis, Úmbria, Itália:
- Vida de São Francisco
- São Francisco dá seu próprio manto
- Expulsão dos demônios de Arezzo
* Crucificação (Basílica de Santa Maria Novella, Florença, Itália)
* Capela Peruzzi da basílica de Santa Cruz de Florença, Itália:
- Vida de São João Batista
- Vida de São João Evangelista
* Madonna de Ognissanti (Igreja de Ognissanti, Florença, Itália)
* Afrescos da Capela Degli Strovegni, em Pádua, na Itália:
- O beijo de Judas
- A Lamentação
- Julgamento (Juízo) Final
- Encontro de São Joaquim e Sant’Ana

Bibliografia
* http://sumateologica.wordpress.com/2010/03/15/redescobrindo-giotto/#more-1034
* http://www.girafamania.com.br/artistas/personalidade_digiotto.html
* http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_4152.html
* http://pt.wikipedia.org/wiki/Giotto_di_Bondone
* http://www.pitoresco.com.br/universal/giotto/giotto.htm

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Trabalho sobre Dante Alighieri


Grupo: Victor Seadi, Gabriel Nascimento e Pedro Henrique. 1º - C - V.V.

Dante Alighieri ( breve relato )

Dante Alighieri nasceu em Florença, viveu de 1º de junho de 1265 à 14 de Setembro de 1321. Foi um escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta ("o sumo poeta").

Obras

De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar", escrita, curiosamente, em latim);
Vita Nova ("Vida Nova"), onde insere sonetos, comentados, onde narra a história do seu amor por Beatriz;
Le Rime - "As rimas", também chamadas de "Canzoniere", onde aparecem vários textos de cariz lírico (sonetos, canções, baladas, sextinas…), onde, novamente, canta o amor idealizado (amor platónico), Beatriz, bem como a Ciência, a Filosofia, a Moral (num sentido alargado do termo);
Il Convivio - "O Convívio", de carácter filosófico, é apresentado pelo poeta como um banquete com 14 pratos (simbolizando as canções), acompanhados do pão (os comentários);
De Monarchia - "Monarquia", onde expõe as suas ideias políticas;
A Divina Comédia descreve uma viagem de Dante através do Inferno, Purgatório e Paraíso;
•Obras consideradas menores: "As Epístolas", "Éclogas" e "Quaestio de aqua et terra".

Biografia completa

Dante Alighieri nasceu em Florença em 1265 de uma família da baixa nobreza. Sua mãe morreu quando era ainda criança e seu pai, quando tinha dezoito anos.
Pouco se sabe sobre a vida de Dante e a maior parte das informações sobre sua educação, sua família e suas opiniões são geralmente meras suposições. As especulações sobre a sua vida deram origem à vários mitos que foram propagados por seus primeiros biógrafos, dificultando o trabalho de separar o fato da ficção. Pode-se encontrar muita informação em suas obras, como na Vida Nova (La Vita Nuova) e na Divina Comédia (Comedia).
Na Vida Nova Dante fala de seu amor platônico por Beatriz (provavelmente Beatrice Portinari), que encontrara pela primeira vez quando ambos tinham 9 anos e que só voltaria a ver 9 anos mais tarde, em 1283. Nos tempos de Dante, o casamento era motivado principalmente por alianças políticas entre famílias. Desde os 12 anos, Dante já sabia que deveria se casar com uma moça da família Donati. A própria Beatriz, casou-se em 1287 com o banqueiro Simone dei Bardi e isto, aparentemente, não mudou a forma como Dante encarava o seu amor por ela. Provavelmente em 1285, Dante casou-se com Gemma Donati com quem teve pelo menos três filhos. Uma filha de Dante tornou-se freira e assumiu o nome de Beatrice.
Em 1290, Beatriz morreu repentinamente deixando Dante inconsolável. Esse acontecimento teria provocado uma mudança radical na sua vida o levando a iniciar estudos intensivos das obras filosóficas de Aristóteles e a dedicar-se à arte poética.
Dante foi fortemente influenciado pelos trabalhos de retórica e filosofia de Brunetto Latini - um famoso poeta que escrevia em italiano (e não em latim, como era comum entre os nobres), tendo também se beneficiado da amizade com o poeta Guido Cavalcanti - ambos mencionados na sua obra. Pouco se sabe sobre sua educação. Segundo alguns biógrafos, é possível que tenha estudado na universidade de Bologna, onde provavelmente esteve em 1285.
A Itália no tempo de Dante estava dividida entre o poder do papa e o poder do Sagrado Império Romano. O norte era predominantemente alinhado com o imperador (que podia ser alemão ou italiano) e o centro, com o papa (veja mapa).
A Itália, porém, não era um império coeso. Não havia um único centro de poder. Havia vários, espalhados pelas cidades, que funcionavam como estados autônomos e seguiam leis e costumes próprios. Nas cidades era comum haver disputas de poder entre grupos opositores, o que freqüentemente levava a sangrentas guerras civis. Florença era, na época, uma das mais importantes cidades da Europa, igual em tamanho e importância a Paris, com uma população de mais de 100 mil habitantes e interesses financeiros e comerciais que incluíam todo o continente.
A política nas cidades representava os interesses de famílias. A afiliação era hereditária. A família de Dante pertencia a uma facção política conhecida como os guelfos (Guelfi) - representados pela baixa nobreza e pelo clero - que fazia oposição a um partido conhecido como os guibelinos (Ghibellini) - representantes da alta nobreza e do poder imperial. Os nomes dos dois grupos eram originários de partidos alemães, porém os ideais políticos eram um mero pretexto para abrigar famílias rivais. Florença se dividiu em guelfos e guibelinos quando um jovem da família Buondelmonti não cumpriu uma promessa de casamento com uma moça da família Amadei e foi assassinado. As famílias da cidade tomaram partido por um lado ou por outro e Florença se dividiu em guelfos e guibelinos.
Dante nasceu em uma Florença governada pelos guibelinos, que haviam tomado a cidade dos guelfos na sangrenta batalha conhecida como Montaperti (monte da morte), em 1260.Em 1289, Dante lutou com o exército guelfo de Florença na batalha de Campaldino, onde os florentinos venceram os exércitos guibelinos de Pisa e Arezzo, e recuperaram o poder sobre a cidade.
Na época de Dante, o governo da cidade era exercido por representantes eleitos de corporações de operários, artesãos, profissionais, etc. chamadas de guildas. Dante se inscreveu na guilda dos médicos e farmacêuticos e disputou as eleições em Florença, tendo sido eleito em 1300 como um dos seis priores (presidentes) do Conselho da Cidade.
A maior parte do poder em Florença estava então nas mãos dos guelfos - opositores do poder imperial. Mas o partido em pouco tempo se dividiu em duas facções. A causa foi novamente uma rixa entre famílias, desta vez, importada da cidade de Pistóia. Os Cancellieri era uma grande família de Pistóia, descendentes de um mesmo pai que tivera, durante sua vida, duas esposas. A família Cancellieri se dividiu quando um membro desajustado da família assassinou o tio e cortou a mão do primo. Os descendentes da primeira esposa do Cancellieri, que se chamava Bianca, decidiram se apelidar de Bianchi. Os rivais, que defendiam o jovem assassino, se apelidaram de Neri (negros) em espírito de oposição. A briga tomou conta de Pistóia e a cidade acabou sofrendo intervenção de Florença, que levou presos os líderes dos grupos rivais. Mas as famílias de Florença não demoraram a tomar partido e, por causa de uma briga de rua, a divisão se espalhou pela cidade, dividindo os guelfos em negros e brancos.
Depois de criados, os partidos assumiram posições políticas. Os guelfos brancos, moderados, respeitavam o papado mas se opunham à sua interferência na política da cidade. Já os guelfos negros, mais radicais, defendiam o apoio do papa contra as ambições do imperador, que era apoiado pelos guibelinos.
Os priores de Florença (entre eles Dante) viviam em constante atrito com a igreja de Roma que, sob o governo do papa Bonifácio VIII, pretendia colocar toda a Itália sob a ditadura da igreja. Em um dos encontros com o papa, onde os priores foram reclamar da interferência da igreja sobre o governo de Florença, Bonifácio respondeu ameaçando excomungá-los. A briga entre os Neri e Bianchi tornou-se cada vez mais intensa durante o mandato de Dante até que ele teve que ordenar o exílio dos líderes de ambos os lados para preservar a paz na cidade. Dante foi extremamente imparcial, incluindo, entre os exilados, um dos seus melhores amigos (Guido Cavalcanti) e um parente de sua esposa (da família Donati).
No meio da confusão entre os guelfos de Florença, o papa decidiu enviar Carlos de Valois (irmão do rei Felipe da França) como pacificador para acabar com a briga entre as facções. A suposta ajuda, porém, revelou ser um golpe dos Neri para tomar o poder. Eles ocuparam o governo de Florença e condenaram vários Bianchi ao exílio e à morte. Dante foi culpado de várias acusações, entre elas corrupção, improbidade administrativa e oposição ao papa. Foi banido da cidade por dois anos e condenado a pagar uma alta multa. Caso não pagasse, seria condenado à morte se algum dia retornasse a Florença.
Dante no Exílio. Anônimo. Archivo Iconográfico S. A., Itália.
Imagem pertencente à Corbis Image Collections.
No exílio, Dante se aproximou mais da causa dos guibelinos (o império), à medida em que a tirania do papa aumentava. Ele passou o seu exílio em Forlì, Verona, Arezzo, Veneza, Lucca, Pádua (e também provavelmente em Paris e Bologna). Em 1315 voltou a Verona e dois anos depois fixou-se em Ravenna. Suas esperanças de voltar a Florença retornaram depois que o sucessor de Bonifácio VIII chamou à Itália o imperador Henrique VII. O objetivo de Henrique VII era reunir a Itália sob seu reinado. Porém a traição do papa, que ainda alimentava a idéia de ter um império próprio, seguida por uma nova vitória dos Neri e a morte de Henrique VII três anos depois enterraram de vez as suas esperanças.
Na obra La Vita Nuova, seu primeiro trabalho literário de importância, iniciado pouco depois da morte de Beatriz, Dante narra a história do seu amor por Beatriz na forma de sonetos e canções complementadas por comentários em prosa. Durante o seu exílio Dante escreveu duas obras importantes em latim: De Vulgari Eloquentia, onde defende a língua italiana, e Convivio, incompleto, onde pretendia resumir todo o conhecimento da época em 15 livros. Apenas os quatro primeiros foram concluídos. Escreveu também um tratado: De Monarchia, onde defendia a total separação entre a Igreja e o Estado. A Comédia consumiu 14 anos e durou até a sua morte, em 1321, ocorrida pouco após a conclusão do Paraíso. Cinco anos antes de sua morte, foi convidado pelo governo de Florença a retornar à cidade. Mas os termos impostos eram humilhantes, semelhantes àqueles reservados à criminosos perdoados e Dante rejeitou o convite, respondendo que só retornaria se recebesse a honra e dignidade que merecia. Continuou em Ravenna, onde morreu e foi sepultado com honras.

Fontes bibliográficas

www.Netsaber.com.br/biografias
www.Wikipédia.com.br
www.Portalsãofrancisco.com.br
www.stelle.com.br