domingo, 15 de agosto de 2010

Michelangelo Buonarroti



GRUPO:
Alana Frasson
Carolina Oliveira
Gabriela Cerqueira
Rayane dos Santos



O nascimento de um gênio


Michelangelo nasceu a 6 de março de 1475, em Caprese, província florentina. Seu pai Ludovico di Lionardo Buonarroti Simoni era um homem violento, "temente de Deus", sua mãe, Francesca morreu quando Michelangelo tinha seis anos. Eram 5 irmãos.
Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido era cortador de mármore na aldeia de Settignano. Mais tarde, brincando, Michelangelo atribuirá a este fato sua vocação de escultor. Brincadeira ou não, o certo é que na escola enchia os cadernos de exercícios com desenhos, totalmente desinteressados das lições sobre outras matérias. Por isso, mais de uma vez foi espancado pelo pai e pelos irmãs de seu pai, a quem parecia vergonhuso ter um artista na familia, justamente uma familia de velha e aristocrática linhagem florentina, mencionada nas crônicas locais desde o século XII. E o orgulho familiar jamais abandonará Michelangelo. Ele preferirá a qualquer titulo, mesmo o mais honroso, a simplicidade altiva de seu nome: "Não sou o escultor Michelangelo. Sou Michelangelo Buonarroti".
Aos 13 anos, sua obstinação vence a do pai: ingressa, como aprendiz, no estúdio de Domenico Ghirlandaio, já então considerado mestre da pintura de Florença. Mas o aprendizado é breve - cerca de um ano -, pois Michelangelo irrita-se com o ritmo do ensino, que lhe parece moroso, e além disso considera a pintura uma arte limitada: o que busca é uma expressão mais ampla e monumental. Diz-se também que o motivo da saida do juvem foi outro: seus primeiros trabalhos revelaram-se tão bons que o professor, enciumado, preferiu afastar o aluno. Entretanto, nenhuma prova confirma essa versão.

Deixando Ghirlandaio, Michelangelo entra para a escola de escultura que o mecenas Lourenço, o Magnífico, riquíssimo banqueiro e protetor das artes em Florença, mantinha nos jardins de São Marcos. Lourenço interessa-se pelo novo estudante: aloja-o no palácio, faz com que sente à mesa de seus filhos. Michelangelo está em pleno ambiente físico e cultural do Renascimento italiano. A atmosfera, poética e erudita, evoca a magnificência da Grécia antiga, seu ideal de beleza - baseado no equilíbrio das formas -, sua concepção de mundo - a filosofia de Platão, Michelangelo adere plenamente a esse mundo. Ao produzir O Combate dos Centauros, baixo-relevo de tema mitológico, sente-se não um artista italiano inspirado nos padrões clássicos helênicos, mas um escultor grego da verdade. Em seu primeiro trabalho na pedra, com seus frisos de adolescentes atléticos e distantes, reinam a força e a beleza impassíveis, como divindades do Olimpo.

Na Igreja del Carmine, Michelangelo copia os afrescos de Masaccio. Nos jardins de Lourenço, participa de requintadas conversas sobre filosofia e estética. Mas seu temperamento irônico, sua impaciência com a mediocridade e com a lentidão dos colegas, lhe valem o primeiro - e irreparável - choque com a hostilidade tios invejosos. Ao ridicularizar o trabalho de um companheiro, Torrigiano dei Torrigiani - vaidoso e agressivo -, este desfechou-lhe um golpe tão violento no rosto que lhe achatou para sempre o nariz. Mancha que nunca mais se apagará da sua sensibilidade e da sua retina, a pequena deformação lhe parecerá daí por diante um estigma - o de um mundo que o escorraça por não aceitar a grandeza do seu gênio - e também uma mutilação ainda mais dolorosa para quem, como ele, era um sofisticado esteta, que considerava a beleza do corpo uma legítima encarnação divina na forma passageira do ser humano.

Em 1490, Michelangelo tem 15 anos. É o ano em que o monge Savonarola começa a inflamada pregação mística que o levará ao governo de Florença. O anúncio de que a ira Deus em breve desceria sobre a cidade atemoriza o jovem artista: sonhos e terrores apocalípticos povoam suas noites. Lourenço, o Magnífico, morre em 1492. Michelangelo deixa o palácio. A revolução estoura em 1494. Michelangelo, um mês antes, fugira para Veneza.

Longe do caos em que se convertera a aristocrática cidade dos Medicis, Michelangelo se acalma. Passa o inverno em Bolonha, esquece Savonarola e suas profecias, redescobre a beleza do mundo. Lê Petrarca, Boccaccio e Dante. Na primavera do ano seguinte, passa novamente por Florença. Esculpe o Cupido Adormecido - obra "pagã" num ambiente tomado de fervor religioso - vai a Roma, onde esculpe Baco Bêbedo, Adônis Morrendo. Enquanto isso, em Florença, Savonarola faz queimar livros e quadros - " as vaidades e os anátemas".
Logo, porém, a situação se inverte. Os partidários do monge começam a ser perseguidos. Entre eles, está um irmão de Michelangelo, Leonardo - que também se fizera monge durante as prédicas de Savonarola. Michelangelo não volta. Em 1498, Savonarola é queimado. Michelangelo se cala. Nenhuma de suas cartas faz menção a esses fatos. Mas esculpe a Pietà, onde uma melancolia indescritível envolve as figuras belas e clássicas. A tristeza instalara-se em Michelangelo. Na primavera de 1501, veio por fim a Florença. Nesse mesmo ano, surgirá de suas mãos a primeira obra madura.

Os últimos anos do mestre ainda foram fecundos, embora numa atividade diferente: a arquitetura. Dedicou-se ao projeto de São Pedro, tarefa que lhe custou exaustivos esforços devido às intrigas que lhe tramaram seus acirrados inimigos. Projetou também o Capitólio - onde se reúne o Senado italiano - e a Igreja de São João dos Florentinos (cujos planos se perderam).

Ainda encontra energias para esculpir. Renegando cada vez mais o mundo, Michelangelo busca uma união mística com o Cristo. Sua criação, como a de Botticelli no final da vida, é toda voltada para as cenas da Paixão. De pé, aos 88 anos de idade, ele elabora penosa e amorosamente uma Pietà, até que a doença o acorrente em definitivo ao leito, onde - com absoluta lucidez - dita um testamento comovente, pedindo "regressar pelo menos já morto" à sua adorada e inesquecível Florença, doando sua alma a Deus e seu corpo à terra. O seu gênio, ele já o tinha legado à humanidade.


PRINCIPAIS OBRAS

1. Afrescos da Capela Sistina (1508-12) - O mais grandioso dos trabalhos de Michelangelo, com episódios do Velho Testamento e o Juízo Final.

2. A Pietà (1499-1500) - Feita em mármore, é uma escultura belíssima e extremamente expressiva. O artista foi criticado por apresentar uma Virgem jovem demais.

3. Davi (1501-04) - Considerada sua obra-prima. Escultura de um Davi esbelto, atlético e de postura graciosa.

4. Moisés (1513-16) - Escultura em mármore. Figura central do túmulo do papa Júlio II. Na cabeça do profeta, podem-se ver dois pequenos chifres.

5. Tondo Doni (1504-06) - Pintura em tela, em formato circular, comum quando se representava a Sagrada Família.

6. Auto-retrato (pintura) - Auto-retrato de Michelangelo, já velho. Expressão melancólica e sombria.

CURIOSIDADES

Michelangelo poeta
O artista deixou cerca de 300 poemas, escritos entre 1501 e 1560. Alguns deles contêm uma carga homoerótica bastante forte, evidenciando o possível homossexualismo do artista.

Relação neurótica
Michelangelo teria sido agredido a golpes de bengala pelo vaidoso papa Júlio II, quando trabalhava na pintura da Capela Sistina. O motivo: o trabalho demorava demais para ficar pronto.

Bibliografia

http://www.historianet.com.br/

http://www.pintoresfamosos.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo


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